Vertigem
- O Autor
- 28 de jul. de 2018
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Vertigem. Vou na vertigem dos dias, que fazem o baloiço da vida e sou um jogo nas tuas mãos. Esqueço-me de mim e lembro-me dos teus lábios, quentes, húmidos, únicos. Toda eu sou tua, na devassa imensidão desse baloiço pendurado num penhasco vazio. E tu guias esse movimento de vai e vem e fazes-me perder o chão, vertiginoso, quando a vontade de te beijar é soberana. Voo colada à memória de ti e dos aromas de ser infinito.
Vertigem. Jogo puro nas tuas mãos descaradas e do alto a vida toda a acontecer lá em baixo. Só o medo de cair. É que as pessoas quebram. Até as meninas quebram. E eu acabarei por me quebrar. Talvez não a perna ou o braço, mas os outros membros invisíveis que se fracturam em pequenos pedaços e nos dilaceram o ser. Dói tanto! Só pode doer. E dói mais quando são os outros que nos quebram. E nos outros estás tu e a vida toda acontecer lá em baixo, numa encruzilhada vertiginosa. Estás tu nesse movimento de vai e vem que controlas nas minhas costas, que controlas o baloiço da minha vida, num afago, num sentimento e o desejo vertiginoso, num conto repleto de mentiras ou verdades inventadas que usas na ilusão de seres indestrutível.
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