top of page

Vejo-te nos astros.

  • Foto do escritor: O Autor
    O Autor
  • 8 de jun. de 2018
  • 2 min de leitura

Eu sou uma estrela. Não, nada disso. Eu sou o sol. Percebes? O sol! A emanar calor e luz, ofuscante. Na verdade, somos todos estrelas nas vidas uns dos outros e é assim que deve ser. Pequenos pontos com luz própria, fixos na vastidão do universo, que se acompanham uns aos outros e que juntos embelezam a noite mais negra. Mas eu em particular sou o sol, habituei-me a ser o sol. “Não queiras ser a lua, quando podes ser o sol, minha querida!” e habituei-me a ser o sol. Com essa luz tão boa, tão quente, tão única. De todos os astros que existem já só sei ser o sol. Que disto da cosmologia percebo pouco e mesmo que lhe juntes a astronomia ou a astrologia e todas as ciências mais ou menos exactas que têm os olhos fixos nesses pontos de luz a brilhar incansavelmente acima de nós, eu continuarei sem saber ser outra coisa que não seja o sol, quando na verdade a única coisa que queria ser era a lua. Esse astro desprovido de calor, que aparece à noite por reflectir a luz doutrem. É, eu só queria ser a lua se isso significasse ter-te como luz em mim. A verdade é esta. Quão irónica pode ser a verdade? Que se há exactidão científica que se possa aplicar ao universo é a exactidão de te querer e a única previsão que tenho em mim é que fui feita para ser lua se tu fores o meu sol. Mas talvez o universo esteja farto de eclipses ou tenha medo que venha agora eu mexer com as marés só por te querer. Ou talvez sejas tu, é isso. Talvez sejas tu que não foste desenhado por Deus para ser sol. Tenho de me lembrar de continuar a brilhar.

 
 
 

Comments


Join our mailing list. Never miss an update

  • White Facebook Icon
  • White Instagram Icon

© aventuradossentidos | Criado com Wix.com

bottom of page