Silêncio, para o amor
- O Autor
- 30 de nov. de 2018
- 1 min de leitura

Silêncio que se vai cantar o amor.
É assim que começam todos os espetáculos. As luzes apagam-se, os sussurros escasseiam, a plateia silencia-se e sente-se o frenesim que enche o ar e que antecipa o momento. Sinto-te a respiração acelerada e o meu estômago contrai-se. Então acende-se um foco de luz e o palco é nosso e só nosso. Despes-me em desespero, sofreguidão demoníaca e eu procuro-te. Procuro-te os lábios e a pele e percorro-te com a língua cheia de urgência. E rasgas-me, de fora para dentro e de dentro para fora, num ritmo frenético de vai-e-vens que constroem a melodia dos deuses e que culminam num grito de loucura. Mas silencio que aqui ainda se ama.
No fim, palmas.
Comments