Perguntas
- O Autor
- 24 de mar. de 2019
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Perguntam-me porque não faço perguntas, sobre a vida, sobre os objetivos, sobre o que move as pessoas, perguntam-me porque não demonstro interesse, não demonstro interesse por ti, por eles, por ninguém. Porque escolho apenas ouvir em vez de falar.
Porque não fazes em voz alta as perguntas que trazes dentro de ti?
Porque nunca encontrei resposta que me chegasse, porque nunca encontrei as respostas que tanto procurava, porque nunca encontrei a resposta que mais precisava. Porque nunca encontrei a honestidade, a vulnerabilidade de se ser humano simples e verdadeiro nas respostas que me dão, porque nunca pude sentir a verdade nas palavras bonitas, porque nunca conheci ninguém com todo o seu ser nas perguntas que carreguei comigo.
Por isso prefiro não fazer perguntas, prefiro olhar e ver e observar e deixar que a vida fale por si mesma e deixar que as acções me tragam algumas verdades e algumas ilusões. Talvez seja preciso um tempo, uma sincronia para que as perguntas que trago comigo obtenham as respostas necessárias, uma sincronia do universo que permita o sentimento vir à tona sem medos. Guardo as perguntas numa caixa, cheia de escuridão, inquietações e canções empoeiradas. Um dia o meu ser vai estar pronto para abrir a caixa, um dia o teu ser vai estar pronto para abrir a caixa.
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