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De tudo.

  • Foto do escritor: O Autor
    O Autor
  • 8 de jul. de 2018
  • 1 min de leitura

Não sou capaz de me habituar ao teu corpo morno. Amo a tua silhueta, a anca contrastante e a minha mão a descrever uma onda em ti, mas é o teu corpo que está morno. É o olhar vazio que te adivinho no escuro, e as mãos a esfriarem na minha pele. Tens sempre as mãos quentes, mesmo no dia mais rigoroso dos Invernos, tens sempre as mãos quentes. As outras a morrerem de frio e de inveja desse calor que emanas e tu com essas mãos de Verão. Tens sempre as mãos quentes, e agora não. Arrefeces, optas por arrefecer. E eu não me habituo. Peço-te desculpa porque tentas, mas eu não me habituo. Não me habituo a meios Invernos nem meios Verões, a copos meios vazios nem meios cheios, a meios "sim" e meios "não", não me habituo a metade de ti aqui e a outra metade fugitiva. Peço-te desculpa porque tentas, mas sou eu que sou do frio ou do calor, do sim ou sopas, do tudo ou nada. Esse teu morno não me aquece nem me arrefece. E se não és o meu tudo, prefiro-te como o meu nada.

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