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Ao homem que qualquer mulher pode desejar,

  • Foto do escritor: O Autor
    O Autor
  • 16 de jul. de 2018
  • 2 min de leitura

Meu querido,

És o homem que qualquer mulher pode desejar e se soubessem da tua existência tão bela quando me amas, todas de desejariam como me desejas a mim. Mas nenhuma poderia ser como eu, muito menos poderia ser eu e, por isso, não poderias desejar qualquer uma como me desejas a mim. Que sou um furacão e entrei na tua vida de rompante, para te mudar todas as perspectivas e fazer-te perder o controlo de tudo o que julgavas ser teu.

És, assim, o homem que qualquer mulher pode desejar, mas que mais ninguém pode ter, como eu te tenho para mim. Quando me dizes, dias após dias que me amas e cada vez mais; essa necessidade de teres os teus lábios nos meus, mal me vês, e a meio do dia, na esplanada, na fila do hipermercado, na biblioteca lá da universidade e fazer de qualquer lugar um bom lugar para me beijares; quando me elogias, sem hesitar, cada cozinhado, cada peça de roupa, cada olhar, cada piada, cada beijo e todo o meu jeito insustentável e descontente de ser como se cada dia fosse uma primeira vez. Esse desejo crescente, mês após mês, esse amor que não consegues esconder, essa necessidade de ternura que sou incapaz de preencher e a maneira como me procuras mesmo enquanto dormes, essa vontade que tens de mim e cada gesto que nem tu sabias ter dentro de ti de uma natureza bondosa, melhor e mais humana que teimaste em omitir, mas que não pudeste conter perante a ideia de uma vida cheia de possibilidades a meu lado.

És, por isto tudo e sem qualquer exagero, ou ponta de ficção, o homem que qualquer mulher pode desejar. Um amigo, um colega de universidade dos que ficam para a vida, um confidente, um ajudante, um bom professor e um aluno exímio, um belíssimo parceiro de copos e o melhor para o sexo e todas as aventuras de uma vida contigo. Ainda assim, sabe que nem sempre o amor é suficiente, nem sempre a vontade é suficiente, nem sempre o querer é suficiente. Há divergências que a vida teima em manter, há teimosias que a história não muda e corações descompassados que não alteram o ritmo, por mais que sejam atacados por taquicardias a toda a hora, a todo o momento. Talvez seja eu que sou simples demais para me sujeitar a um amor assim, talvez sejas tu que sejas simples demais para experienciar um amor assim; crescemos desfasados nesta aventura de sentidos e amo-te sem que me sinta familiarizada contigo e com os teus ideais, sem que me reveja no tipo de amor doentio e ofuscante que tens por mim. Se te deixo é mais porque me desconheço a mim mesma e apenas sei que te amo, mas sem te saber de cor, e sem ver reflexos de mim em ti que não sejam as de um amor louco e viciado pela novidade e pela estabilidade de duas almas que, sem se completarem, resultam em comunhão.

Ainda assim, preciso de saber de mim para te encontrar, por isso, hoje abandono-te, mas sabe que te amo e que és o homem que qualquer mulher pode desejar.

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