A Vida em Si
- O Autor
- 26 de jan. de 2019
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Dou por mim a pensar que a vida é uma sucessão de encontros e desencontros. E tenho tanta pressa de viver. Contrariamente à maioria das pessoas que conheço, tenho tanta pressa de viver, de caminhar por caminhos desconhecidos, sorver a vida e tudo o que ela tem para me dar. Não desperdiçar um suspiro que seja sem a intensidade com que a vida merece ser vivida. Ao mesmo tempo, dou por mim tantas vezes a pensar, que a vida é mesmo isto, esta sucessão de encontros e desencontros. Que tantas vezes sofremos por antecipação, que tantas vezes vezes exigimos tanto de nós mesmos e tantas vezes nadamos contra a corrente. Em simultâneo, tantas vezes deixamos o tempo passar sem tirar nada dele, tantas vezes deixamos que o medo nos impeça de viver, tantas vezes confundimos a responsabilidade com o medo, tantas vezes. E talvez, apenas talvez, tudo o que precisemos da vida seja um momento de coragem insana, ouvir o que ela tem para nos dizer e deixar fluir. Agarrar oportunidade, não desculpar o medo com a obrigação e ser. Apenas ser. Talvez a vida tenha tudo reservado para nós, tudo. As pessoas que nos marcam e os momentos que recordamos, todas as lágrimas e sorrisos, despedidas e abraços. Os estranhos que se cruzam connosco na rua e as experiências que fazem de nós o que somos. Talvez seja mesmo preciso viver o hoje sem desistir para o amanhã chegar, talvez seja mesmo preciso querer, querer tudo, querer viver. Sem desculpas. Talvez a vida já tenha tudo isto para nós e tudo o que nós temos de fazer é abrir portas, caminhar e viver. Ter o atrevimento de viver cada sonho antes que seja tarde de mais e respeitar cada ciclo da vida, respeitar a essência que trazemos connosco. Talvez a vida esteja apenas à espera disso. Que deixemos de esperar por ela e a abracemos de igual para igual.
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